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Eunuco (em latim: eunuchus; em grego clássico: εὐνοῦχος; romaniz.: eunouchos, composto de εὐνή «cama» e ἔχω no sentido de «vigiar», ou seja, «vigilante da cama») é um homem que teve sua genitália removida parcial ou totalmente, por motivação bélica, punição criminal, imposição religiosa ou para servirem em funções sociais específicas. Se convertido a eunuco já adulto, o indivíduo perde a capacidade de reprodução e tem uma substancial perda hormonal em seu organismo. Porém se convertido antes da puberdade, além de ter impossibilitada a reprodução, o indivíduo torna-se incapaz de desenvolver os mínimos traços masculinos, como estrutura muscular e engrossamento de voz, devido a total falta de testosterona em seu organismo.
As graves consequências a curto prazo da castração são as hemorragias e infecções, que podem ocasionar a morte. A longo prazo existem muitas outras, físicas e psicológicas.
Ao longo de milénios os eunucos desempenharam uma grande variedade de funções em muitas culturas diferentes: cortesãos ou domésticos, espiões, cantores castrados, concubinos, ou parceiros sexuais, religiosos, soldados, guardas reais, funcionários do governo, e guardiães dos haréns.
Ao longo da história, diversas civilizações utilizaram a castração humana como arma de guerra. Na Ásia, foi praticada desde o Império Assírio, na antiguidade, até o Império Coreano, na idade moderna. Jovens príncipes de reinos conquistados eram tomados ainda crianças como prisioneiros de guerra e convertidos em eunucos. Assim, por ter o organismo fortemente debilitado pela falta de testosterona, eram utilizados como serviçais nos palácios, sendo os únicos homens com acesso à família real e às concubinas do imperador. Tal prática tinha como objetivo desencorajar lideranças e frustrar o sentimento de independência em meio ao povo dominado.[ligação inativa]
A prática também foi empregada como punição criminal. Na Grécia Antiga a conversão era imposta a quem reincidia em adultério ou em crime de estupro.
Seitas religiosas também impuseram a prática como forma de alcançar a "espiritualidade". Porém, com o avanço da liberdade individual e devido ao maior acesso à educação, estes grupos perderam espaço e foram, em sua grande maioria, extintos. No entanto, a prática de fabricar eunucos ainda é comum em seitas no sudeste da Ásia, especialmente na vitimização de crianças.
Atualmente, a mutilação de prisioneiros de guerra para formação de eunucos é considerada crime de guerra pela Convenção de Genebra. Da mesma forma, a mutilação genital por imposição religiosa é condenada pela civilização e reconhecida como violação dos direitos humanos pela Organização das Nações Unidas.